Como um balão que de repente estoura. Pum! Eles surgem. Uma família? Talvez, turistas? Uma liga de super-heróis? Palhaços? Manifestantes? Caminham, ora em grupo, ora sozinhos, descobrindo, desbravando, brincando com o que há ao seu redor. Tudo é muito novo, mas estranhamente familiar. Num ir e vir descontraído, eles chamam a atenção das pessoas, com ações aparentemente comuns, mas que vão se transformando até adquirirem uma dimensão absurda ou fantástica.
Vídeo de curta duração
Ficha técnica
Direção: Rogério Lopes
Criação e Dramaturgia: Coletiva
Atores criadores: Diego Meneses, José Antônio de Almeida, Nayra Carneiro, Pedro Vilaça, Rikelle Ribeiro
Figurinos e adereços: Tereza Bruzzi
Ilustração: Fernando Limoeiro
Programação Visual: Ariana Santos e grupo
Criação e Confecção de máscaras: o grupo
Fotografia e Filmagem: Naum Produtora
Uma divertida corte de cinco mascarados com espalhafatosos e excêntricos costumes saem pela cidade, numa espécie de procissão burlesca. Por onde passam, celebram a liberdade de ir e vir pelo espaço urbano de maneira louca e descontraída. Sem pressa e sem destino certo, eles serpenteiam ao acaso. Como um coro de matracas, suas vozes agudas e seus cincerros podem ser ouvidos de longe, instaurando nos arredores uma atmosfera de brincadeiras e de curiosidade.
Vídeo de curta duração
Ficha técnica
Direção: Rogério Lopes
Atores criadores: Diego Meneses, José Antônio de Almeida, Nayra Carneiro, Pedro
Vilaça, Rikelle Ribeiro e Lucas Prado
Figurinos e adereços: Marcelo Xavier, Tereza Bruzzi, Fernando Linares e grupo
Ao anoitecer, em meio ao fluxo de pessoas e automóveis, seis estranhas figuras estão à procura de um lugar. À deriva, com seus poucos e precários pertences, se ocupam de tarefas inventadas para tentar manter-se ancorados numa realidade da qual parecem deslocados.
Vídeo de curta duração
Ficha técnica
Direção: Rogério Lopes
Criação e dramaturgia: Coletiva
Atores Criadores: Diego Meneses, José Antônio de Almeida, Nayra Carneiro,
Pedro Vilaça, Rikelle Ribeiro e Rogério Lopes
Figurino e adereços: Tereza Bruzzi e grupo
Fotografia e filmagem: Naum Produções
Workshop de caracterização: Mauro Gelmini
Workshop de Performance: Flávio Rabelo
Workshop de teoria teatral: Elisa Belém
Workshop de dança: Margô Assis
Workshop de capoeira: Gercino Alves
Workshop de Jogos teatrais: Fernando Linares
A Trilogia Andarilha é composta por três “manifestações teatrais” de rua em que grupos de mascarados se deslocam livremente pela cidade instaurando imagens poéticas e grotescas em meio ao cotidiano. “Intermitentes ou vai e vem”, “Trinca-matraca: uma mascarada de rua” e “Seis Personagens a Procura de um Lugar” resultam de um projeto de pesquisa do Teatro&Cidade que investiga os princípios cênicos das máscaras tradicionais da cultura popular brasileira em contexto urbano.
As três obras apresentadas aqui são itinerantes e não chegam a constituir um cortejo, pois a ação dos atores é realizada de maneira simultânea em diferentes locais. Os transeuntes e demais tipos de público ora assumem o papel de espectadores, ora o de jogadores que participam da construção de situações cênicas junto aos atores, durante pouco mais de uma hora. O que particulariza o jogo proposto pelo Teatro&Cidade em cada uma das partes da Trilogia Andarilha é a maneira como os atores agem e as imagens criadas pelos diferentes conjuntos de mascarados.
A noção de manifestação teatral
Assim como nos reisados, nas cavalhadas e em diversas outras festas e manifestações tradicionais da cultura popular brasileira, que serviram de inspiração para esta trilogia, os atores se valem de jogos e de elementos sonoros e visuais para criar situações cênicas em que a relação com os transeuntes e o espaço ao redor torna-se prioritária. Para que isso fosse possível, praticamente todo o processo de ensaio e criação se deu pelas ruas da cidade de Belo Horizonte (MG) durante três anos, quando foi criada uma série de figuras mascaradas cuja ação central é a de se deslocar livremente pelo espaço público, sem estabelecer uma relação de palco e plateia ou contar uma história pré-definida. Daí a noção de “manifestação teatral”, ato de se expressar cenicamente a partir de um fluxo de elementos ficcionais organizados numa série de jogos e situações que não chegam a configurar uma estrutura formal de um espetáculo.
O processo de criação
A Trilogia Andarilha vem sendo sistematizada desde fevereiro de 2014, quando o grupo começou a pesquisa de “Intermitentes ou vai e vem” que foi ensaiado na maior parte do tempo na Av. Olegário Maciel, nos arredores do edifício JK e da praça Raul Soares, na região centro-sul da capital mineira. Em “Intermitentes” o grupo inspira-se em máscaras dos reisados nordestinos e principalmente na obra do artesão pernambucano Manuel Eudócio para o desenvolvimento do trabalho, que teve sua estreia em junho de 2015, no mesmo local onde foi ensaiado. Logo em seguida, o grupo parte para a criação de “Trincamatraca: uma mascarada de rua” misturando elementos dos Catulés de Pirenópolis-GO com os palhaços das Folias de Reis do Espírito Santo, Este trabalho estreou no Festival Internacional de Teatro de Campinas em fevereiro de 2016. Já os “Seis Personagens à procura de um lugar” foi criado no Baixo Centro de Belo Horizonte e estreou no início de 2017, marcando a finalização da criação da Trilogia Andarilha. Enquanto os dois trabalhos anteriores utilizaram máscaras tradicionais típicas de manifestações de caráter rural, que foram ressignificadas num grande centro, neste último o Teatro&Cidade resolveu propor a criação de máscaras a partir de referências da cultura urbana. Recorrendo a uma figura amplamente divulgada e conhecida em diferentes estratos sociais: o Carlitos de Charles Chaplin, o grupo brinca de pulverizar e embaralhar tal imagem em cada um dos atores, para gerar as seis figuras que se apresentam na última obra da Trilogia Andarilha.
A trajetória
A Trilogia Andarilha é fruto de uma metodologia de criação proposta pelo diretor Rogério Lopes em sua pesquisa de doutorado no Instituto de Artes da UNICAMP e ISCTE/Lisboa e que teve como primeiro resultado a habitação teatral Naquele Bairro Encantado. Seus trabalhos para rua têm se apresentado em festivais no Brasil e no exterior como o Festival Teatro Agosto, em Portugal, o festival internacional de teatro de Campinas, o festival de Curitiba, o festival de teatro de rua de Porto Alegre, o FIT‐ BH, o festival de Inverno da UFMG, dentre outros.
Tese: O ator e o folião no jogo das máscaras da Folia de Reis